sábado, 5 de novembro de 2011

Menos mãe.

Sonhei com várias coisas antes da minha filha nascer e depois que isso aconteceu, fui vendo que muitas das minhas vontades e desejos não seriam realizados. Nunca quis um parto normal e depois soube que nem poderia fazê-lo, já que a Catarina estava com o rostinho virado pra cima [mesmo assim sofri  bastante com as contrações]. Fiz cesariana e não me arrependo nem um pouco disso. Minha filha mama leite em pó desde a maternidade e foi ele quem me salvou quando amamentar era um sofrimento, por causa das fissuras no meu seio. E quanto a chupeta, sei que é um alento pra ela , um carinhozinho na hora em que quer dormir. Agora me diz: qual é o mal disso tudo? Acho que todo mundo está careca de saber dos benefícios do parto normal, da amamentação exclusiva no peito e dos ‘malefícios’ das chupetas, mas desde quando cesariana+mamadeira+chupeta fez um mal tão irreparável assim a alguma criança que é necessário que elas sejam tão execradas?

Eu nasci de cesárea, tomei mamadeira desde os 3 meses, engrossada para dar sustância e tenho um monte de fotos com a minha chupeta vermelha. Hoje estou aqui, firme e forte, sem sequelas e feliz! Sei que muita gente vai torcer o nariz e outras discordarão ou vão querer me mostrar, mais uma vez, que estou errada pensando dessa maneira. E eu, novamente, ficarei calada pra não comprar uma briga de graça… se bem que depois do que escrevi acho que já comprei.

Confesso que tenho uma certa inveja das mães que conseguem amamentar seus filhos exclusivamente com o seu leite e que juro não entender o prazer de sentir as dores do parto, mas nem por isso fico martelando na cabeça delas e tentando analisar o porquê dessas suas escolhas. Eu simplesmente respeito e aceito. Ponto. Faço com elas o que gostaria que fizessem comigo_ aceitassem o meu ponto de vista e o modo que eu tive que me adaptar pra criar a minha pequena. Não sou menos mãe por causa disso.

Parto em casa, fralda de pano, amamentação exclusiva até os seis meses, filhos mamando até os seis anos no seio… isso não me pertence! Acho interessante e alternativo, mas não combina comigo e nem com o meu ritmo de vida. Leio relatos, vejo vídeos e ouço falar disso tudo e ok, é isso aí. Na real, tem uma pessoa que eu escuto e peço conselhos quando o assunto é a fulaninha: chama-se pediatra. Através dele eu descobri que a chupeta não é um bicho de sete cabeças, que o leite em pó apesar de não ser tão recomendado é ótimo quando o assunto é matar a fome da sua filha que se esguela e não quer pegar o seu seio de jeito nenhum, que eu posso passar repelente nela ao invés de deixa-la ser picada pelos pernilongos, que o funchicória não faz mal e não queima as papilas gustativas [como eu já li por aí, certamente escrito por uma dessas mães] e que agora, aos 3 meses, já poderia começar a dar papinhas de frutas para ela ir se acostumando a outros sabores [coisa que ela não gostou]. Se ele estudou a vida inteira o comportamento e o organismo de bebês, eu é que vou dizer que ele está errado? Não né, mas já vi mães falarem que pediatras são pessoas compradas pelas empresas e que não acreditam em nada do que eles  falam, tsc tsc tsc.

No fundo, esse post é mais um desabafo. Cansei de me culpar por tantas coisas que eu gostaria de ter feito e que não consegui, de achar que lá no fundo estava fazendo alguma coisa errada e de algumas vezes duvidar da minha capacidade de ser uma boa mãe. E isso é fruto de uma pseudo neurose com tanta coisa que já li e ouvi de mães e pessoas que por mais que falem o que falem pelo nosso bem, lá no nosso inconsciente acabam fazendo mal, de verdade. Se eu [e todas as mães que passam pela mesma situação] não consigo fazer o que julgam ser o certo ou se minha filha é faminta, tem um comportamento diferente dos outros bebês e não mama só no peito, por favor, não martelem isso na minha cabeça nem me julguem pelas minhas atitudes. Como toda mãe, eu só quero e faço o que acho ser o melhor para a minha bebê. Tudo, é claro, com muito amor, que vale muito mais do que toda essa discussão, não é?

Nenhum comentário:

Postar um comentário